CÓDIGO:    SENHA:   

Esqueceu a senha    Segunda via do boleto

Botão para acessar Boa Vista SCPC
31/08/2015

Mapeamento de imigrantes em Americana apresentará realidade desconhecida

Estima-se que Americana receba cerca de 100 haitianos por mês; estudo inédito começou a ser discutido pelo Fórum de Desenvolvimento e Cidadania

 O mapeamento inédito de imigrantes haitianos em Americana começou a ser discutido pelas 12 entidades do FDCA (Fórum de Desenvolvimento e Cidadania de Americana), em reunião realizada na noite de quinta (27), na sede da ACIA (Associação Comercial e Industrial de Americana). O objetivo do estudo é integrar a sociedade civil ao poder público para traçar, a médio e longo prazo, uma realidade ainda desconhecida e combater possíveis casos de tráfico de pessoas, trabalho escravo e xenofobia.

Participaram da reunião cerca de 40 lideranças locais, entre representantes das entidades do Fórum, do poder público e empresários locais.

100 novos imigrantes haitianos por mês

Atualmente, não há informações oficiais sobre a origem e o número de haitianos na cidade, bem como sobre as condições de trabalho e moradia. Estima-se, apenas pelo fluxo deles no mercado de trabalho local, que por dia Americana receba de dois a três novos imigrantes.

Segundo Maria Estela Fonseca, consultora de Recursos Humanos, em cinco meses mais de 100 candidatos haitianos passaram pela sua empresa de recrutamento e seleção. Desse número, 60 contratados. “Eles chegam com ensino superior ou técnico, muitos falando dois ou três idiomas, e dispostos a trabalhar na área operacional ou de produção”, relatou durante a reunião na ACIA.

Estudo vai buscar dados concretos

[caption id="attachment_3557" align="alignleft" width="450"]O executivo público Ricardo Alves, ao lado do porta-voz do Fórum e presidente da ACIA, Dimas Zulian O executivo público Ricardo Alves, ao lado do porta-voz do Fórum e presidente da ACIA, Dimas Zulian[/caption]

“Até o relato da Estela, não tínhamos nenhum número sobre esse cenário e é, neste sentido, que o Fórum vai atuar. Por representar vários segmentos da sociedade, seremos o ponto focal na coleta de informações para desenhar uma realidade de imigração que Americana já vive, mas não conhece”, explicou o porta-voz do FDCA, o presidente da ACIA, Dimas Zulian.

Mapeamento é necessário para agir

O mapeamento foi proposto pelo executivo público da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Ricardo Alves, que desenvolve um programa para o enfrentamento ao tráfico de pessoas. Segundo ele, a RMC (Região Metropolitana de Campinas), atrai milhares de imigrantes em busca de trabalho e melhor qualidade de vida e, consequentemente, torna-se vulnerável a possíveis casos de tráfico de pessoas, trabalho escravo e xenofobia.

[caption id="attachment_3558" align="alignright" width="450"]DSC03352 Reunião do Fórum de Desenvolvimento e Cidadania de Americana foi realizada na sede da ACIA[/caption]

“Essa reunião que tivemos é apenas um embrião de tudo o que vai acontecer. Americana é uma cidade que tem um Fórum preocupado com questões sociais e atuante, o que a torna capaz de integrar ações conjuntas para traçar um cenário importante, algo pioneiro no Brasil e esclarecedor para a população. Não resolveremos tudo, mas de posse das informações podemos agir localmente nessa realidade”, finalizou Alves.

O Fórum criou um grupo de trabalho para avaliar tecnicamente etapas que irão compor o mapeamento. Nas próximas semanas serão propostas as primeiras ações.